Palacete Schlemm
Neste encontro, estamos defronte à Rua Jerônimo Coelho, a antiga Parisstrasse, ou Rua de Paris, nome dado por Frederico Brüstlein, procurador dos príncipes, que foi quem mandou abrir a rua.
O destaque deste encontro é o Palacete Schlemm, edificado para ser hotel e residência da família de Jorge Schlemm. Nascido em Joinville, mudou-se para São Bento do Sul, onde foi comerciante e fazendeiro, e ocupou brevemente o posto de prefeito daquela cidade. Mandou construir este prédio, cuja obra iniciou em 1930, pelas mãos do construtor Roberto Miers. O edifício, que possui detalhes em relevo assinados pelo artista Fritz Alt, é tombado como patrimônio cultural catarinense.
Estilo Eclético
Construído em estilo eclético, em três pavimentos mais o sótão, se apresenta com um clássico e elegante torreão de base e cúpula octogonal em um corpo saliente na esquina onde o nome do edifício está escrito em alturas decrescente e crescente acompanhado o espaço deixado pela mísula de sustentação do volume. As aberturas são em verga reta no térreo e no primeiro andar, com os cantos curvos no segundo andar e com os cantos chanfrados nos frontões do sótão. Esta variedade de elementos se aplica também aos ornamentos como gregas, guirlandas, festões, frisos denticulados e no uso de sacadas no primeiro andar e nos frontões do sótão. Os frontões recebem efígies da mitologia romana: Mercúrio, o deus do comércio pela Rua do Príncipe encimando um cartel com o monograma JSF (Jorge Schlemm & Filhos) e a data 1930 e, pela Rua Jerônimo Coelho, Minerva, a deusa da sabedoria com monograma JSF, desta vez entrelaçado. Na sua restauração, a colocação da marquise de metal e policarbonato e a inserção discreta do aparato publicitário permitem uma leitura adequada do edifício.
Edifício Manchester
Mais a Norte, encontra-se o Edifício Manchester, que já foi o maior prédio em área construída de Santa Catarina. Foi inaugurado em 1970, edificado pela construtora COMASA, e abrigou a Associação Empresarial de Joinville. Com 14 pavimentos, possui uso misto - residencial e comercial. Sua arquitetura é tipicamente modernista em uma composição de dois volumes prismáticos: Um volume de base com dois andares de uso comercial com pilares que revelam seu rígido esquema estrutural e um andar intermediário com elementos vazados (cobogós). Acima deste, um volume menor da torre com faixas horizontais de vidro das janelas. Uma galeria comercial perfura o centro do volume inferior unindo as duas vias e configurando um espaço semi-público.
Ipreville
Situado junto à praça, o edifício construído no fim da década de 1930 para abrigar a Empresa de Correios e Telégrafos atualmente sedia o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Joinville - IPREVILLE. Já foi sede da Secretaria de Turismo e Fundação Cultural de Joinville. No último pavimento, havia também um heliponto. Também tombado pelo Estado, tem arquitetura no estilo Art Déco, na vertente streamline moderne que se utiliza, na composição, de volumes puros e arredondados, aerodinâmicos e de inspiração náutica reforçado na utilização do metal nas esquadrias e nos guarda-corpos.
Cedros do Líbano
A própria praça Nereu Ramos é também um marco no urbanismo de Joinville. Tem o atual formato desde a década de 1940, e ganhou o nome em homenagem ao ex-governador e ex-presidente Nereu Ramos, morto em 1958. Ela já sediou a Prefeitura Municipal, localizada em frente ao atual número 405, além de ter tido um grande palco e muitas árvores. Atualmente ainda recebe eventos culturais e sociais. O fato peculiar é que é uma praça surgida da demolição de edificações que criou este espaço aberto e público. Na sua extremidade norte, ao lado do prédio do Ipreville existiu o chamado Altar da Pátria que era constituído de uma plataforma elevada para uso durante os desfiles cívicos.
Em frente à praça, na esquina com a Rua Jerônimo Coelho, localiza-se o edifício Cedros do Líbano, com um desenho em baixo relevo das árvores que dão nome ao prédio. Seu primeiro proprietário, o libanês Dr. Sadalla Amin Ghanem, fundou em Joinville um hospital de olhos que leva seu nome, além de ter se empenhado diretamente na construção da atual Catedral e do estádio do América Futebol Clube. É um edifício modernista de uso misto. Térreo comercial e apartamentos residenciais nos outros dois andares. Com de volumes puros e linhas retas se utiliza de elementos vazados na composição das fachadas e aberturas regulares.
PARA IR ALÉM
O edifício azul, situado no lado oeste da praça, compõe com o Edifício Manchester um cenário modernista. Inaugurado no fim da década de 1960, um pouco antes do vizinho, o hotel tem seu nome em homenagem à barca de mesmo nome, que trouxe os primeiros imigrantes a Joinville.
Além do hotel, possuía um amplo cinema nos fundos, destruído por um incêndio em 1983. Inicialmente, o último andar sediava um restaurante panorâmico e a cozinha do hotel. Porém, os costumes da época forçaram uma alteração: como não era de bom tom que os namorados fossem para o último andar sozinhos, o restaurante foi deslocado para a sobreloja, onde funciona até hoje. Segundo a proprietária Rosicler Dedekind, dessa forma o acesso poderia ser feito sem passar pela recepção do hotel, preservando assim "a reputação" dos jovens. O volume superior foi transformado em unidades e teve suas aberturas e cobertura modificadas.